sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O que perdemos com o novo IPI

A medida protecionista do governo de aumentar o IPI para carros importados causou uma polêmica grande, afinal a nova alíquota subiu 30 pontos percentuais e encareceu os carros estrangeiros em aproximadamente 25% a 28%. Vale dizer que os carros importados dos países do Mercosul não sofrem com a medida.

Depois dessa, o que o brasileiro mais quer saber: como isso influencia nossa realidade? Para tentar responder a essa pergunta, nós do blog da NavCity selecionamos alguns possíveis problemas que o brasileiro vai ter depois da nova medida:
  • Limitação da concorrência do carros chineses: Os carros chineses vieram para o Brasil com toda a força, na intenção de tornarem-se uma excelente opção em custo-benefício para os brasileiros. Investiram pesado em publicidade, abriram concessionárias e estavam conquistando de forma crescente o mercado dos populares. A verdade é que, com a nova medida, os carros chineses sofrerão um aumento de preço, o que diminui a concorrência com os carros brasileiros - ou seja, os chineses devem perder mercado - e inibe os investimentos das montadoras nacionais, que estavam sendo feitos na intenção de ganhar a disputa pelo consumidor. Havia uma tendência das montadoras nacionais em oferecer descontos na instalação de opcionais nos carros, mas, devido ao novo IPI,  essa tendência deve retroceder consideravelmente.

    
    Hyundai Santa Fe, vendido no Brasil por mais do que o triplo do preço cobrado
    nos EUA, terá o preço aumentado ainda mais com o novo IPI para importados


  • Aumento no valor dos nacionais: com o aumento do IPI nos carros importados, os nacionais ganharão uma boa margem de diferença no preço, o que permitirá que o lucro dos carros nacionais seja aumentado sem perda de competitividade no mercado. Com isso, o valor dos carros no Brasil deve subir ainda mais. Vale considerar que os carros no Brasil já são extremamente caros em relação a diversos países. O Hyundai Santa Fe, por exemplo, custa 69.310 dólares no Brasil, o que equivale a mais do que o triplo do valor comercializado nos Estados Unidos, que é de US$ 21.850.
  • Perda do nível (já ruim) de competitividade do carro brasileiro: os carros importados já pagavam - e continuarão pagando depois do novo IPI - 35% de taxa de importação (valor máximo permitido pela OMC - Organização Mundial do Comércio), e, como exemplo ao carros chineses, mesmo com essa alta taxa continuavam competitivos e com boa margem de lucro no mercado brasileiro. Algumas importadoras e concessionárias de carros estrangeiros devem absorver parte do custo do novo IPI para manter a competitividade e não gerar um aumento muito alto no preço final dos carros. Isso tudo indica que o preço dos carros nacionais não é nem um pouco competitivo dentro da realidade do mercado mundial, e será ainda elevado, com a facilidade proveniente da margem de diferença de preço em relação aos carros importados, gerada pelo novo IPI. Em resumo: a margem de lucro dos carros brasileiros já é extremamente alta e vai aumentar mais.
E para quem pensa que o aumento do IPI foi feito para proteger a indústria brasileira dos carros chineses, temos um dado para se pensar: os carros chineses representam apenas 3,3% da fatia do mercado automobilístico no Brasil. No fim das contas, foi o consumidor que acabou perdendo com tudo isso. O que você acha? Comente aqui!

Um comentário:

  1. Como sempre o consumidor brasileiro é o unico prejudicado e o "palhaço"de sempre desse governo incompetente, oportunista e explorador.

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