segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Trânsito (in)Sustentável

por Danielle Lopes - da redação NavCity

Um terrível problema que acompanha o crescimento das cidades são os congestionamentos no trânsito. Se você, querido leitor, mora ou trabalha numa cidade grande, vive na pele o que estamos falando. Segundo dados divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a frota brasileira teve aumento de 8,4 % em 2010 em relação ao ano anterior, totalizando quase 65 milhões de veículos em todo o país.

Segundo a pesquisa A mobilidade urbana no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) - divulgada em maio deste ano - a questão do trânsito nas cidades grandes está cada vez mais grave. Isso porque a frota brasileira não para de crescer, por uma série de fatores:
  • Políticas de incentivo à compra e uso dos veículos de transporte individual: De uns tempos para cá, tornou-se muito mais fácil financiar a compra de um veículo próprio. Uma série de facilidades, como a compra em parcelas a perder de vista e incentivos fiscais do governo, fizeram com que os menos favorecidos aumentassem seu poder de consumo no quesito automóvel. As novas classes consumidoras, já desestimuladas ao uso do transporte público, passaram a considerar a compra do veículo próprio. Um grande boom no aumento da frota nas cidades coincide exatamente com a implementação das políticas de incentivo a compra dos veículos.

  • Desinteresse no uso do transporte público: não há quem se sinta estimulado em sair de casa com um transporte público de baixa qualidade. Grandes filas, superlotação, ambientes claustrofóbicos e desconforto são apenas algumas das reclamações mais comuns dos usuários do transporte público. Nessas cirscunstâncias, quem passa a ter condições de comprar um automóvel não pensa duas vezes em fazê-lo.

  • Encarecimento do transporte público: as políticas de gratuidades acarbaram encarecendo o preço das passagens para o usuários pagantes do transporte público - justamente formado majoritariamente por pessoas de baixa renda. Sendo assim, tornou-se uma alternativa financeiramente possível a compra de um carro por pessoas de classes menos abastadas.
Logicamente, o aumento da frota influencia diretamente no tempo gasto na locomoção, o que influencia também na deterioração da qualidade de vida de quem precisa enfrentar um trânsito cruel todos os dias. Vale dizer que, entre as conclusões da pesquisa, uma conclusão muito importante é a de que se o poder público continuar incentivando ou simplesmente se omitindo diante das contínuas políticas de incentivo ao uso do transporte particular em detrimento da pouca valorização e incentivo do transporte público, a situação vai piorar até chegar a um colapso - aliás, já estamos à beira disso.

Para se ter uma dimensão do problema, leve em consideração que um ônibus tem a capacidade média de carregar 75 pessoas (na soma de pessoas sentadas e em pé). Isso significa que um único ônibus seria capaz de substituir 75 carros, o que significa que dez ônibus em funcionamento são capazes de substituir uma frota de 750 carros - e não estamos considerando o fluxo de entrada e saída de pessoas durante o percurso. Cada indivíduo sozinho dentro de um carro pode passar a ocupar até dez vezes o espaço que ocuparia dentro de um ônibus. Não acredita? Basta fazer os cálculos e tirar as conclusões.

Diante de tudo isso e deste panorama ainda mais desanimador sobre o trânsito, como melhorar a situação ou pelo menos amenizá-la? O Blog NavCity apresenta a você algumas sugestões:

Para resolver (ou amenizar) o problema de hoje;
  • Substitua as reuniões presenciais que demandam deslocamento por reuniões em vídeo-conferência: com tanta alternativa boa e gratuita na rede de programas e sites que fornecem o serviço de transmissão de vídeo-conferência, essa é uma excelente opção para evitar a perda de tempo com deslocamentos. Quem ainda não se acostumou com essa modernidade, não sabe o que está perdendo;

  • Se você puder, vá para casa ou para o trabalho de bicicleta, patins, skate, patinete ou andando: se você mora perto do trabalho, não tire o carro da garagem. Utilize um meio alternativo para aproveitar e fazer um exercício físico nos deslocamentos. Assim você evita o trânsito, não polui o meio ambiente e ainda cuida da sua saúde.

  • Se você usa transporte público, arranje um passatempo produtivo para a viagem: a sensação de perda de tempo no trânsito pode ser mais cansativa e estressante do que a jornada de um dia inteiro de trabalho. Para evitar o tempo perdido, aproveite para ler, ouvir música, ver televisão, curtir um joguinho ou falar com os amigos pelas redes sociais. Se quiser uma boa dica, adote um celular que ofereça recursos para você não deixar sua viagem entediante. A NavCity possui diversos modelos de celular que podem amenizar o seu problema;

  • Durma no transporte público: é claro que em pé você não vai conseguir dormir na viagem - inclusive não é, digamos, muito recomendado. Mas se você tirou a sorte grande de conseguir um lugarzinho para sentar, aproveite para tirar um cochilo. É claro que nada substitui uma boa noite de sono, mas uma soneca ajuda a aliviar o estresse do dia. Para evitar as dores no pescoço, você pode recorrer a um travesseiro inflável para viagem, como o do modelo ao lado, que ocupa pouco espaço na bolsa e melhora a sua postura na hora de descansar. Se o barulho incomoda muito, você pode comprar protetores auriculares, que vão ajudar bastante. Só tome cuidado para não deitar no ombro do vizinho de viagem.

  • Se você vai de carro, ofereça carona: observe ao redor quando estiver no engarrafamento: a maioria dos carros levam apenas uma ou duas pessoas. Isso é um fator altamente prejudicial ao trânsito. Para facilitar, combine com seus amigos de trabalho que tem carro um rodízio onde cada um ficaria responsável por ser o condutor do dia, ou proponha uma cooperação aos amigos que usam o transporte público. Assim, você e seus amigos podem economizar na gasolina, no estacionamento e, de quebra, ganhar uma boa conversa de viagem ou um cochilo, quando não estiverem dirigindo. 
Para longo prazo:
  • Adoção de jornadas de trabalho alternativas: As empresas podem propor jornadas de trabalho em horários mais flexíveis, diminuindo a quantidade de pessoas no trânsito na hora do rush. Dê essa ideia para a sua empresa. Isso pode melhorar a qualidade de vida dos funcionários e influenciar positivamente na produtividade.

  • Debata o assunto nos seus círculos de amizade: aproveite os momentos de conversa e interação social para levantar o assunto e colocar a importância do incentivo ao uso do transporte público como forma de tornar o trânsito sustentável nas cidades. A pressão social é um excelente método de gerar mudanças. Não dispense também o uso das redes sociais para expadir o assunto.

  • Lute pela melhoria no transporte público: isso fará com que o transporte coletivo seja mais utilizado, diminuindo a quantidade de veículos nas vias. As melhorias incluem climatização nos veículos, horários fixos e obedecidos, diminuição dos preços das passagens, otimização do tempo de espera nas filas, treinamento dos funcionários, entre outras.

  • Adoção de sistemas de rodízio de veículos: qualquer entendido no assunto diria que a cidade de São Paulo simplesmente pararia se não houvesse um rodízio de veículos. Embora a princípio a alternativa não seja bem vista pelos motoristas, é fato de que se trata de uma opção eficaz na melhoria do trânsito das grandes cidades.

  • Construção de ciclovias e bicicletários: tem muita gente que toparia ir trabalhar de bicicleta se houvesse uma ciclovia no caminho. O lugar ideal para andar de bicicleta não é na rua com os carros e tampouco na calçada, com os pedestres. Para incentivar o uso da bicicleta e outros meios de transporte alternativo, como skate, patinete e patins, é necessária a construção de ciclovias seguras e bem sinalizadas.

  • Evitar o surgimento de obstáculos: caminhões que descarregam em pleno horário de pico, ônibus coletivos infantis que param no meio da pista, vans e outros veículos do transporte alternativo parando fora dos pontos no horário de maior fluxo. Todos estes obstáculos - e outros mais - poderiam ser evitados através de leis e de uma fiscalização mais rígida.
E você, leitor, tem mais alguma ideia a acrescentar? Vamos discutir o assunto!

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